Abrindo a caixa-preta
De um lado, no mundo da fantasia, temos o PT, com o apoio descarado de parte da grande mídia, tentando tirar Lula da prisão com acusações mentirosas de que o ministro da Justiça Sergio Moro agiu com parcialidade quando, como juiz dos processos da Lava Jato, condenou o ex-presidente.
De outro lado, no mundo real, temos os desdobramentos infindáveis da investigação que desbaratou o propinoduto da Petrobras e nos presenteia, a cada dia, com novas revelações e comprovações sobre a roubalheira, agora desvendando as entranhas do assalto promovido pela mesma organização criminosa aos cofres da principal fonte de financiamento estatal do país.
Em depoimento nesta semana na CPI do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci reafirmou aos deputados que, no governo Lula, os empréstimos a empresas como JBS e Odebrecht eram cedidos em troca de recursos para as campanhas petistas em eleições majoritárias e proporcionais.
Operador-mor do esquema, Palocci contou que a taxa de risco de países como Angola e Venezuela foi diminuída sem critério técnico por uma decisão política de Lula. A escolha dos chamados “campeões nacionais” favorecidos por empréstimos também partia do poderoso chefão.
Com a autoridade e a intimidade de quem administrava e dividia o butim, ele reiterou a confissão de que, no fim do mandato, repassou R$ 300 milhões da Odebrecht ao ex-presidente para que os favores à empreiteira prosseguissem.
Ou seja, Lula roubou uma fortuna, mas tá na cadeia e impedido de desfrutá-la.
Não se pode ter tudo ao mesmo tempo.