Histórico, simples assim
Todos os economistas sérios do país são unânimes em saudar o acordo de livre comércio firmado entre a União Europeia e o Mercosul como o fato econômico da década.
Eu até diria das últimas décadas, equiparando-se em importância ao Plano Real, que está celebrando 25 anos.
E não é para menos: o Mercosul passa a ter acesso a um mercado com uma população que já ultrapassa 500 milhões de pessoas, o dobro do que têm Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai juntos.
É o maior acordo já assinado pelo Mercosul e, na verdade, o único que tem potencial para ser transformador, pois vai zerar tarifas para 92% das exportações industriais do bloco sul-americano e dará acesso a produtos importantes na pauta do agronegócio brasileiro, como café solúvel, suco de laranja e frutas.
Dados da Confederação Nacional da Indústria mostram que, de uma pauta de 1,1 mil produtos manufaturados com potencial de exportação para a UE, quase 70% sofrem com tarifas e cotas atualmente.
Por outro lado, o acordo também beneficia os consumidores brasileiros, que terão à sua disposição produtos europeus com a tarifa zerada ao longo de sua implementação.
Carros, máquinas e equipamentos, medicamentos e produtos químicos são aqueles que a UE tem condições de vender aqui com preços mais competitivos, juntamente com chocolates, vinhos e queijos.
Deflagrando a movimentação de um poderoso círculo virtuoso, haverá impactos fortemente positivos para a integração das cadeias globais, avanços nos ganhos de produtividade, na inovação e na educação, maior competição gerando produtos mais baratos, crescimento do emprego e da renda e fortalecimento do liberalismo.
Mas antes de entrar efetivamente em vigor o acordo não terá vida fácil: vai sofrer pesado bombardeio da imprensa esquerdopata, que nele colocará todos os defeitos possíveis e imagináveis, e ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional, onde a oposição radical do PT e de seus aliados farão de tudo para evitar a consumação dessa notável conquista do governo Jair Bolsonaro.
Em suma, nós que desejamos ver o Brasil inserido no mundo desenvolvido, próspero e civilizado, teremos ainda muitas lutas longas e árduas pela frente.
Preparemo-nos para não sair tão cedo das ruas.