Pra que ninguém esqueça
Faltou pouco nesta semana para Lula deixar a cadeia em regime fechado e ganhar o benefício da prisão domiciliar.
Era sabido que o julgamento dos dois habeas-corpus impetrados pela defesa dele no Supremo Tribunal Federal contaria com o apoio de Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski e os votos contrários de Luiz Edson Fachin e Cármen Lúcia.
Havia o temor de que, diante dos vazamentos de supostas conversas entre o então juiz Sergio Moro e o procurador da república Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato, o ministro Celso de Mello, quinto integrante da 2ª turma, votasse pela liberdade condicional do ex-presidente.
Entretanto, surpreendendo muita gente, o decano do STF perfilou-se ao lado de Fachin e Cármen e usou um argumento irrefutável ao lembrar em sua decisão que existem condenações em três instâncias contra Lula no caso do triplex do Guarujá: na Justiça Federal, em Curitiba; no TRF-4, em Porto Alegre; e no STJ, em Brasília.
Simpatizantes do petista, o que inclui alguns ilustres magistrados, fazem um esforço danado para fingir desconhecer essa realidade.
Mas, no final, de um jeito ou de outro, a verdade sempre acaba se impondo.