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Haja estômago

Publicado por Caio Gottlieb em

É duro, mas dá pra engolir o autoritarismo, a prepotência, o despotismo, os conchavos e as hipocrisias dos integrantes da Comissão Parlamentar de “Inquisição” do Senado armada (no sentido mais depreciativo da expressão) para prejulgar e previamente condenar o governo Bolsonaro pelas mortes da pandemia.

Afinal, tudo é parte de uma encenação onde todos querem dar o seu showzinho e levar a farsa às últimas consequências.

Dá pra aguentar senadores fazendo longas perorações vazias e oportunistas; senadores expondo pateticamente seus “notáveis” conhecimentos científicos; senadores em campanha antecipada para 2022 declamando discursos demagógicos para enganar eleitores incautos; senadores declarando presunçosamente que não estão interessados nas respostas dos convocados porque já têm seu veredicto pronto; senadores desrespeitando, humilhando e intimidando testemunhas com ameaças de prisão; senadores forçando as pessoas a dizerem só o que eles querem ouvir; dá para aguentar até os senadores que protagonizaram ataques covardes e machistas para constranger as médicas Mayra Pinheiro e Nise Yamaguchi.

O que engasga na garganta e não desce de jeito nenhum é ouvir o relator da CPI, Renan Calheiros, um dos símbolos do que há de pior na política brasileira, réu em dezenas de processos no STF por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, defendendo a ética, a moral, a decência e a honestidade.

Por essas e outras é que continua sempre atual o famoso trecho do histórico discurso proferido pelo grande Rui Barbosa no Senado em 1914:

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

Já houve um tempo em que o Congresso Nacional tinha senadores da estirpe de Rui.

Hoje tem Renan.

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1 comentário

Marcelo · 09/06/2021 às 12:37

Caio, temos que ir por partes: um Senado formado por sobrenomes envolto em lamaçal de corrupção ou mesmo que fazem da política uma profissão é uma coisa (e podem ser citados os sobrenomes Calheiros, Dias, Bolsonaros, Braga e por aí vão). Agora não dá pra negar que o presidente se escondeu atrás do STF e esqueceu que não é mais um deputado da baixo clero.

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